quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

«Canções para abreviar distâncias» de Isabella Bretz - Ensinar e aprender Português

«Canções para abreviar distâncias», Isabella Bretz

Ensinar e aprender Português


Sabemos que a música é transformadora e contitui-se como um veículo ímpar para abreviar distâncias, particularmente nos tempos turbulentos que atravessamos,  assim como um recurso com elevado potencial para a aprendizagem das línguas estrangeiras. 

O trabalho musical, «Canções para abreviar distâncias», Isabella Bretz, com a participação de Rodrigo Lana e Matheus Félix baseia-se em oito poemas musicados de poetas dos países de língua oficial portuguesa espelha a diversidade que a atravessa no modo de ser, pensar, sentir, estar e ler o mundo. É um mundo vasto, porque da língua portuguesa se vê o mar, como o refere Vírgilio Ferreira

«Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso, a voz do mar foi a da nossa inquietação.»

Recordamos o diplomata brasileiro, Embaixador José Aparecido de Oliveira, que idealizou a CPLP-Comunidade de Países de Língua Portuguesa

É um dos recursos utilizado pela Professora Cássia de Abreu, docente no Departamento de Linguagens e Literaturas em Português e Espanhol, da Universidade Estadual de S. Diego,  nos Estatos Unidos (USA / Califórnia),  para ensinar português aos alunos do nível intermédio (Quarep: B1/B2).

Do álbum, inteiramente disponível no canal de YouTube da cantora e compositora Isabella Bretz, também faz parte da Fonoteca do Museu Virtual da Lusofonia, um projeto da Universidade do Minho.

 

De acordo com a notícia da Plataforma Média, que transcrevemos, “A música ajuda na aprendizagem”, explicou à Lusa a professora.

“É uma conexão cognitiva e emocional que os alunos criam, um vínculo com a música e com a voz. Quero apresentar o mundo lusófono aos meus alunos através da música e da cultura”, acrescentou.

Uma vez que as letras cantadas por Isabella Bretz são poemas originários dos quatro cantos da lusofonia, cada grupo de alunos escolheu um país para pesquisar e analisar.

“Eles tinham que partir do autor, quem era no tempo e no espaço daquele país, a localização geopolítica, histórica, e a sua carreira”, descreveu Cássia de Abreu.

Os resultados superaram as expectativas, garantiu a docente, o que validou o projeto e significa que irá continuar nos próximos anos letivos.

“Eles saíram a falar mais fluentemente, entendendo muito mais sobre a importância do português pelo mundo, a validade de falar português”, frisou.

Não só o semestre foi baseado no álbum como a própria artista Isabella Bretz participou ativamente no processo, disponibilizando-se para ser entrevistada pelos estudantes, ajudando na pesquisa de materiais e assistindo à apresentação dos projetos finais.

“Quero continuar, porque o resultado do projeto foi muito positivo, tanto como ferramenta linguística para desenvolver a fluência deles como também temática de discussão nas aulas de português”, disse Cássia de Abreu.

“Eles vão sair do programa com uma visão global da lusofonia”, assegurou.»

Estamos perante uma proposta de abordagem pluricêntrica da aprendizagem do português,  uma língua que se vem afirmando atualmente no espaço económico internacional. 

Recordamos que em 2012, uma equipa do equipa do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE - IUL), publicou a obra “Potencial Económico da Língua Portuguesa” (Luís Reto, Org./ Texto Editores) que foi apresentada na sede do Camões, IP a 5 de dezembro de 2012, pelo professor universitário a agora Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. 

De acordo do o IC- Instituto Camões «O livro indica a existência de 254,54 milhões de «falantes nativos» de português, correspondente às populações dos 8 países de língua oficial portuguesa.


Este universo de falantes e países corresponde a 3,66% da população mundial e a 3,85% do PIB mundial, respetivamente. Os estudos colocam a língua portuguesa entre a dezena de idiomas “supercentrais”, que rodeiam o inglês “hipercentral” e vaticina-lhe “um lugar de relevo no contexto mundial deste novo século”, ao falar do “efeito de rede”.


Este efeito, estudado para outras áreas, como as telecomunicações ou as redes sociais, postula que «o valor económico da língua resulta sobretudo das economias de rede que lhe estão associadas. Quanto maior o número e a riqueza dois utilizadores de um idioma, maior o seu valor para o utilizador».


Uma exposição “Potencial Económico da Língua Portuguesa”,organizada pelo Camões, IP e coordenada pelo ISCTE, esteve patente no Parlamento Europeu de 18 a 21 de fevereiro de 2014 retomou os conteúdos do livro homónimo.

Nesta língua onde habita o mar, o abraço, a saudade e a morabeza, que é um geito muito caloroso de acolher, de receber carinhosamente, quem nos visita, convidamo-lo a ouvir o trabalho musical, «Canções para abreviar distâncias», Isabella Bretz:





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