PESSOA, O EU ESTRANHO
Alunos do ensino secundário fizeram um périplo simbólico pela escrita do desassossego e trouxeram Fernando Pessoa, esse eu estranho, à biblioteca.
De estranheza em estranheza, foram desassossegando, com mestria, quem por lá passou e assistiu à sessão.
«Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.»
Pessoa, F., Livro do Desassossego, Trecho 152 (Consulte aqui)
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